segunda-feira, 15 de abril de 2013

Relato de uma quase-tragédia anunciada


Originalmente esse post é do meu blog de viagens e passeios em família - o Cariocando por aí... - mas achei muito importante compartilhar este texto aqui e alertar a todas as famílias do perigo de um aparentemente inofensivo passeio de final de semana

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* Esse era para ser um post com dicas legais de um passeio com crianças, 
mas vai ser um relato triste que também pode servir como um alerta *
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No último sábado resolvemos passear na pracinha Xavier de Brito, na Tijuca. Essa foi a praça da minha infância, onde eu adorava brincar e correr, onde eu aprendi a andar de bicicleta sem rodinha e até caí dentro do chafariz. Tenho as melhores lembranças dessa praça e agora, como mãe, morria de vontade de levar meu filho lá e apresentá-lo a esse lugar cheio de histórias boas e recordações.

A pracinha
Na década de 1980, a pracinha Xavier de Brito estava para a Tijuca e para a Zona Norte do Rio assim como o Tivoli Park estava para a Lagoa e a Zona Sul. Era um lugar disputado e movimentado nos finais de semana, ponto de encontro das crianças da minha época. Cabritinhos, cavalinhos e pôneis, brinquedos e muito espaço para andar de bicicleta e brincar.

Nesta praça, nos finais de semana e feriados, é possível encontrar charretes, cavalos e pôneis para alugar e passear em seu entorno. Meu filho, que tem 2 anos e 2 meses é louco por cavalos e achamos que seria legal, divertido e inofensivo alugar um pônei para fazer o passeio, e assim fizemos. 

Só que tem coisas que a gente não observa e nem vê maldade até que algo ruim aconteça. Até talvez pelo calor da minha emoção, de voltar a um lugar que fez parte da minha infância com muito carinho... difícil explicar.

O que aconteceu
Alugamos o pônei e começamos a dar a volta na pracinha. Meu marido de um lado, segurando nosso filho, e eu do outro lado, apoiando e fotografando. Na condução do animal, uma criança. Isso mesmo, uma criança. Achamos estranho quando vimos, mas é aquela coisa: ah... pônei é tranquilo, e além do mais estamos aqui do lado. Gente, realmente não vimos maldade na coisa.

De repente, vem uma outra criança atrás, conduzindo um outro pônei com uma outra criança em cima do animal e seu pai ao lado. Só que esse outro pônei esbarrou no meu marido, e possivelmente se assustou. Com o susto, reagiu: deu dois coices violentos no meu marido, um na altura do peito e outro nos dois joelhos. Ele caiu no chão e o pônei onde estava nosso filho se assustou também e correu. Nosso filho ficou pendurado por um dos pés até que caiu com a barriga para baixo e não bateu a cabeça. Felizmente, ele teve apenas umas escoriações em uma das mãos e na barriga. Quando vi a cena gritei assustada, com medo do pônei pisar nele.


A criança que conduzia o animal ficou tão assustada que não soube como proceder. Talvez se fosse um adulto, se preocuparia em segurar nosso filho.

Depois da queda
Tivemos muita, muita sorte mesmo. No momento da queda, havia uma ambulância do SAMU fazendo um atendimento na mesma praça. Após os procedimentos, as duas enfermeiras prontamente vieram nos ajudar e logo chamaram outra ambulância para nos atender. Meu marido foi o mais prejudicado: seus dois joelhos incharam muito e rapidamente, e sua pressão começou a cair. Se não fosse o rápido socorro, certamente desmaiaria. Também tivemos pessoas de bem que nos ajudaram com água e gelo, e uma dessas pessoas me disse que esse problema é frequente naquela praça, que não existe nenhuma fiscalização e inclusive é assunto rotineiro em jornais de bairro.


Depois do atendimento na praça, partimos para a emergência do Quinta D'Or, um dos hospitais mais próximos e conveniados do nosso plano, e que também atendia pediatria. Os bombeiros que chegaram depois para nos ajudar informaram que nenhum dos hospitais para onde eles poderiam levar meu marido tinha ortopedista disponível - um absurdo.

E embora nosso filho só tenha sofrido arranhões, foi uma queda e era preciso avaliá-lo. Graças a Deus meu marido não teve fraturas, mas não pode sequer pisar no chão. 

Filhote com a mãozinha machucada e sorrindo

Foi um susto enorme e um alívio hoje ao olhar pra trás e ver como tivemos sorte e pessoas de bem para nos ajudar.

A lição
Não existe animal dócil, animal bonzinho e tranquilo, nem mesmo um pônei que parece delicado e inofensivo. Animais são animais, e são sempre imprevisíveis. E esses bichos de praças e parques muitas vezes apanham muito e se alimentam mal, e toda essa falta de cuidado (e fiscalização) pode acabar resultando em uma tragédia para quem quer apenas se divertir.

Por isso eu resolvi publicar esse relato aqui, para que sirva de alerta para todos os pais e também adultos que gostam desse tipo de passeio. Tenham cuidado redobrado e muita atenção, pois esse desfecho poderia ter sido muito pior.

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4 comentários:

  1. Muito obrigada JESUS. O susto foi grande,mas, após alguns dias terem transcorridos sem sequelas para o Theo, agradeço muito a Deus. Embora sabendo que o Papai do Theo "ainda" está fazendo exames e em tratamento, estamos mais tranquilos quanto ao acontecido. Seremos eternamente gratos a todos que ajudaram no momento e após o acidente. Ao nosso Grande e Bondoso Papai do Céu, MUITO OBRIGADA Senhor. Fica o "alerta" da Karla para todos: animal é irracional, precisamos lembrar disso.

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  2. Karla, muito obrigada por compartilhar. Há uns 10 anos um perdi uma afilhada de 9 anos. Ela estava fazendo um passeio a cavalo num resort do nordeste, o cavalo disparou, ela caiu, mas ficou com o pé preso e nisso o cavalo a arrastou e ela morreu na hora de traumatismo craniano. Minha tia, por conta do acidente, abriu uma ONG chamada Ferias Vivas. Se me permitir, vou compartilhar seu post com ela, para estatísticas. Bjs

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    Respostas
    1. Muito triste isso, Re.
      Fique à vontade para compartilhar com quem quiser. O alerta é muito importante.
      Um cavalo também já disparou comigo e eu tive que me jogar para me livrar dele. Assim que eu me joguei, ele atravessou a rua. Um perigo, são imprevisíveis.
      Bjs

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  3. Era um passeio para nos dar alegrias... mas, de tudo fica uma coisa: Deus estava lá juntinho a nós. Poderia ter sido muito pior. Não devemos lamentar, apenas agradecer pela maneira que foi.
    Foi um tremendo susto que serviu de lição para todos!
    Mais uma vez está provado que as crianças tem um Anjinho grudadinho nelas!
    Bjs

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