segunda-feira, 11 de abril de 2011

Blogagem coletiva: A chegada do Theo na minha vida!




O Theo chegou em minha vida em um lindo dia de sol de uma quinta-feira, feriado de São Sebastião do Rio de Janeiro, padroeiro da nossa cidade. Veio por cesárea, diferentemente do que eu gostaria, pois o danadinho virou mas não encaixou.

Correu tudo bem e tive uma recuperação excelente, cicatrização idem. Só que ao chegar com aquele lindo serzinho em casa, com apenas minha mãe ao lado, percebi que tinha caído em uma vida completamente nova, e possivelmente para qual não (sabia que não) estava preparada.

Sempre desejei ser mãe e a notícia da gravidez do Theo nos deixou muuito felizes, embora um pouco "medrosos" porque o Luiz não estaria aqui na ocasião do nascimento, e porque eu havia perdido uma gestação no ano anterior e não estava querendo me empolgar tanto e sofrer depois. Mas graças a Deus deu tudo certíssimo!

Organizada que só, me vi perdida entre fraldas, roupinhas, banhos e choro, muito choro. Não conseguia achar nada, uma peça de roupa, uma toalha, nada. A casa se transformou em um piscar de olhos, e apesar de a bagunça me incomodar tremendamente, não tinha forças para nada. Chorava o tempo todo e todos os dias, tive calafrio, tive febrão, alguns sintomas do blues puerperal. Como bem definiu minha querida amiga Taty, "acontece tanta coisa nessa fase que você nem consegue enxergar o verdadeiro sentimento que existe entre você e ele". Ela conseguiu resumir tudo o que eu sentia naquele momento, e eu me culpava muito por isso.

Minha mãe tentando segurar as pontas sozinha, mas toda a "experiência" que ela tinha  vai por terra numa hora dessas. Não sei se seria diferente se o Luiz estivesse aqui. Acredito que sim. Acho que a ausência dele mexeu demais comigo, embora sempre tenha sabido lidar com suas longas e constantes viagens, dessa vez era diferente e tudo era completamente novo para todos nós, não apenas para mim.

Demoramos quase 1 mês para descobrir que o choro do Theo era de fome. Meu Deus, como pode? Mas pode. Minha mãe passou por isso comigo e minha avó também, com minha mãe. Tive que entrar com o leite em pó, além do leite materno. E aí percebi uma coisa que, sinceramente, jamais pensei que existisse: preconceito contra quem dá mamadeira. Isso é assunto para outro post, mas até hoje percebo um certo ar de "tadinho, ele já mama mamadeira". Para mim deveria existir preconceito contra quem deixa o filho com fome, isso sim. E jamais deveríamos julgar sem conhecimento de causa. Só eu e minha mãe sabemos o que passei, como foram difíceis aqueles dias iniciais.

Com tanta novidade, senti necessidade de me fechar na minha conchinha. Algumas pessoas entenderam, e eu sou grata por isso, mas outras insistiram para me visitar e conhecer o Theo, até no dia em que eu chegaria da maternidade queriam vir. Isso me deixou muito chateada. Me isolei um pouco, não atendia telefone, não via e-mails... precisava de um tempo para mim e para perceber que a partir do dia em que a coisa mais importante do mundo chegou na minha vida, eu tenho que parar tudo porque ele precisa de mim, depende de mim. Foi difícil entender isso.

Passaram os dias e minha mãe teve que voltar ao trabalho. Minha avó veio pra cá dar uma força. Nesse meio tempo fiquei sozinha com o Theo pela primeira vez. Apesar do medo gigante, foi um bom dia. Acho que precisávamos daquele tempo pra gente.

A falta que o Luiz faz é sem tamanho. Admiro as mulheres que encaram sozinhas , por opção, o desafio da maternidade. É preciso muita coragem mesmo. Eu acho muito difícil criar filho sem pai. Se alguém aí não acha, na minha opinião é porque nunca teve um marido como eu tenho (e algumas outras pessoas privilegiadas também!).

Hoje em dia estou beeem melhor. Cada dia desses quase três meses em que o Theo está aqui comigo foram me ajudando, me amadurecendo, me fortalecendo, me deixando mais segura. É curioso: às vezes quero lembrar de certas coisas da primeira semana de vida dele e não consigo. Acho que Deus é sábio e só nos permite lembrar das melhores coisas nessas horas.

Mãe perfeita não existe. A minha mãe é mãe há quase 30 anos e não é perfeita, embora esteja bem perto disso. Não seria eu a ter a pretensão de ser perfeita há apenas 3 meses nesse mundo novo. Hoje sou outra mulher, outra filha, outra esposa... mais compreensiva, um pouco mais nervosa, acho que mais paciente, às vezes consigo tomar banho, escovar os dentes, comer. Meu tempo é dele. Não tenho com quem deixá-lo para ter o meu tempo, para ir ao salão me embelezar ou qualquer outra coisa. Mas sou feliz, ainda incompleta, mas feliz.

E sou a melhor mãe que posso ser, que mais aprende que ensina, a cada dia.


* Blogagem coletiva sobre Maternidade Real proposta pela Carol Passuello

4 comentários:

  1. Muito legal este Post, Karlinha.
    Como diz o ditado "Ser Mãe é padecer no paraíso"!
    Mas ao mesmo tempo em que passamos por todas estas coisas, nós ficamos mais fortes, mais sábias, mais felizes... porque a maternidade é a coisa mais linda que existe. Gerar um pedacinho de gente dentro da nossa barriga, é algo indescritível, saber que a vida deste serzinho depende da gente, puxa vida, é uma responsabilidade que não tem tamanho.
    Você está sendo uma Mãe super dedicada, fazendo o impossível para tudo sair da melhor maneira. O Lu já está quase chegando... as coisas vão melhorar mais ainda, pode ter certeza. E você será uma Mãe quase perfeita!!!!
    Amo você de montão, minha Mammyta!!!!
    Beijos

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  2. Oi amiga... adorei o post que apesar de ser seu resume a minha história inicial com o João. Acho que a única diferença é que eu fiquei a gravidez sozinha e ele chegou pro parto como já te contei... Mas é muito engraçado, como as coisas se parecem, e como é difícil o início e a adaptação. E como é parecido quando as coisas começam a melhorar, pois vc acaba até se sentido culpada das coisas que vc não conseguiu viver com ele por estar passando por um momento tão delicado. Mas eu sinto isso até hj, não diminuiu nada, quero sempre estar presente... E é importante entender que hoje não somos mais as mesmas... realmente um filho muda tudo, não temos mais muito tempo, perdemos a paciência, muitas vezes não conseguimos comer ou ir ao banheiro, mas jamais trocaria a minha vida de hoje com ele pela de antes. Hoje tudo gira em torno dele, aliás a vida faz sentido por ele e com ele... como já disse, passaria tudo de novo só pra estar mais tempo com ele, é algo que não se explica mas pra ser feliz preciso acima de tudo que ele esteja feliz e que esteja ao meu lado... A história da mamadeira, da visitas insitentes é muito engraçada, mas no momento onde só a gente sabe o que passa, tomamos a decisão mais sábia a ser enfrentada, é nessa hora que somos colocadas a prova, nos momentos de decisões, onde o filho está envolvido. Adorei a frase da mãe perfeita, corro atrás todos os dias pra ser cada dia o melhor que posso ser e sei que tenho um longo caminho pela frente.....
    Te adoro amiga, bjs no meu fofinho, saudades, tati

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  3. Karlinha, eu como ninguém sei o que você passa...
    Sei o QUANTO é dificil sem o pai dos nossos pequenos...
    Também penso que seria diferente se o Ygor estivesse aqui conosco, mas ele não está... e é claro que seria diferente, mas dificil até, porém (NA MINHA OPINIÃO DE MÃE REAL) mais prazeroso e divertido.. (pelo menos aqui seria).
    Se Ygor estivesse aqui, com toda certeza não me torturaria quando não percebesse a fome do Matheus, ou que ele está de cocô e tem nojo... talvez até tivesse mais tranquilidade e menos nervosismo em dar somente o meu colo em uma das suas crises de cólica...
    Nossos maridos fazem falta, e parabenizo as mulheres que tem coragem de fazer produção independente... Eu não teria essa coragem, esse peito...
    Mas agora já está chegando ao fim, vejo que falta pouco menos de duas semana para o Luiz voltar e fico MUITO feliz, mesmo, por voce e pelo Theo... Aqui faltam mais ou menos 1 mês para o Ygor vir de vez... (mas vai passar logo, espero eu)
    Beijo Beijo ;**

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  4. Amor,
    Sem palavras pra descrever este post. Muito lindo mesmo. Parabéns.
    Amo muito vocês e que bom que estamos bem próximos de reunir nossa família novamente. Tô chegando!
    Beijos,
    Lu.

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